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    Retórica de Corridas

    Este é o lugar. É aqui que você encontrará as últimas notícias sobre as corridas de estrada, editoriais, cobertura dos bastidores e vídeos - todo o tipo imaginável de conteúdo de nossas equipes profissionais de corrida: Boels-Dolmans, Quick-Step–Floors, Bora-Hansgrohe, e Axeon Hagens Berman. Estaremos atualizando esta página ao longo da temporada de 2017, então volte frequentemente. Boas corridas.

    25 De Julho De 2017

    Tour de France: A Contagem Regressiva

    Vinte e um dias. Alguns dias de descanso aqui e ali para dar aquela sensação de “Bom, eu já cheguei até aqui. Agora melhor ir até o fim”. Os que estão machucados podem não aceitar - “minha jornada não pode ter acabado” - antes que o ferimento vença e o sonho do Tour de France caia sobre as rochas da realidade. Os que restaram vestem suas roupas de Lycra e ajustam seus capacetes, dia após dia após dia. Na semana seguinte, os ânimos se acendem novamente.

    Com um dia de descanso para as pernas, o pelotão acelerou até o Estágio 16, com um ritmo intenso. Infelizmente isto trouxe algumas dificuldades para Marcel Kittel, da Quick-Step, que perdeu alguns pontos de sua Camisa Verde para seus competidores. Em um ataque com força total (no qual ele não teve parte nenhuma), Kittel perdeu mais alguns pontos. Mas isso não importava - a aclamada camisa do sprinter se manteve firme em seus braços até o final do estágio. Ele, sem dúvidas, sonha em levá-la até Paris.

    Mas o Tour de France não liga para os favoritos. Ele não se importa com o que você quer. Kittel pode até ter começado o dia bem, mas o Estágio 17 acabou virando o dia do alemão de cabeça para baixo. E enquanto nós estávamos esperando por fogos de artifício nas subidas - este estágio estava repleto de ganhos, incluindo o poderoso Galibier - não esperávamos que uma pequena queda fosse deixar o sonho de Kittel em frangalhos. Derrubado após apenas 20km adentro do estágio, assistimos enquanto ele corajosamente tentava voltar ao ritmo. Seu objetivo era claro: permanecer e terminar com o grupo. Mas então chegou o tweet da Quick-Step que acabou com tudo: “@Marcelkittel, de camisa verde, e vencedor de cinco estágios do #TDF2017, parou no topo da Col de la Croix de Fer.” Ele abandonou, e a glória de terminar nas estradas de paralelepípedo de Paris, de cruzar aquela linha com a Camisa Verde se perdeu de vista. Enquanto isto, um ex-saltador de esqui venceu o estágio, então ao passo que um sonho do TDF termina, outro se realiza.

    Então chegamos no Estágio 18 e no Col d’lzoard. Se fosse necessário descrever o estágio em uma palavra, seria “íngreme”.  O topo montanhoso dramático finaliza o último dia nas montanhas para o Tour e proporciona o que poderia ser a última oportunidade para os competidores da CG tirarem a Camisa Amarela do homem que aparentemente não a larga por nada. O Col tem 14km de extensão e tem uma média de 7%, o que garante sofrimento para todo mundo. Haviam ataques de sobra. Finalmente, um homem é lançado à frente para uma vitória solo. Dominando o cume, ele está totalmente sozinho, e sua silhueta é vista contra o céu. Em sua face não havia nenhum sinal de sofrimento - apenas pura euforia por ter não somente vencido, mas conquistado a Camisa Polka Dot para o Tour de France 2017 de uma vez por todas. Agora ele só precisa chegar inteiro em Paris, e só faltam três estágios. A contagem regressiva continua.

    O Estágio 19 é o mais longo do Tour, com 222km de terrenos acidentados e planos. É um estágio longo e quente, que se passa debaixo do Sol francês. Um grande grupo se forma, se desfaz, e se forma novamente, até que, perto do final, dois ciclistas são lançados à frente.  Com 2km para o fim, um ataque súbito se forma, e é incomparável. Mais um estágio, mais uma vitória solo.

    Falando em solos, o Estágio 20 tem o melhor evento solo, o Contra Relógio Individual. Com início e fim no velódromo em Marseille, os ciclistas fazem uma volta de 22.5km pela cidade. Com a Camisa Amarela longe de ser conquistada, esta é uma corrida pela glória, e um jovem ciclista Polonês, Maciej Bodnar (Bora-Hangorhe) definiu o nível do estágio logo cedo. Enquanto descansava, apenas observava ciclista após ciclista - incluindo campeões mundiais de TT - falharem enquanto tentavam fazer um tempo melhor que o dele. Finalmente acaba e Bodnar vence o TT por um segundo, conseguindo sua primeira vitória no Tour. Há mais uma vitória neste dia - a Camisa Amarela está segura. Apesar de ainda restar um estágio, já praticamente acabou.

    O último dia do Tour é como um grande desfile de vitória, seguido de um último sprint. O dia começou como de costume, com risadas e comemorações e homens em bikes tomando champanhe em taças de plástico enquanto pedalam pela área rural da França. O ritmo é moderado e sonolento - para eles, pelo menos - e apenas quando chegam em Champs-Elysées começam alguns cochichos de que eles devem, talvez, correr um pouco. É um estágio de sprinters, e com 5km restantes, Zdeněk Štybar da Quick-Step liga sua ignição e resolve atacar. Mas ele atacou cedo demais, e se viu com 2.5km restantes quando todos os sprinters se juntaram na frente. A corrida vira uma luta tradicional de sprinters e então, finalmente, o Tour de France acaba.

    O Tour de France é uma longa jornada para todos, mas é difícil não amá-lo. Com todo o drama deste ano, seria fácil ter apenas desistido. Mas são os fogos de artifício que amamos. São dos fogos de artifício que não conseguimos tirar os olhos conforme reagimos às festividades. Cada estágio é decidido em um instante de glória. Um homem surge na frente e o reivindica, às vezes em um solo impressionante sem ninguém por perto, outras vezes com um sprint na hora certa ou apenas com pura força e determinação. Fogos de artifício. Um ciclista, machucado e destruído, pedala porque não quer desistir, porque o Tour é o Tour. Outro é eliminado, nos fazendo erguer os punhos aos céus e escolher um lado. Fogos de artifício. Um homem fino e pequeno ataca em uma subida tão íngreme de forma que os outros parecem estar indo para trás. Fogos de artifício. Já estamos na contagem regressiva para o ano que vem, quando poderemos fazer tudo isto de novo. Por que? Por causa dos Fogos de Artifício.

    18 De Julho De 2017

    Tour de France: Lutadores Pelo Prêmio

    Um briga começou. Não uma daquelas brigas de beira de estrada com aqueles magricelos de Lycra socando o ar enquanto escorregam em suas sapatilhas. Não, não uma luta dessas. Esta é uma daquelas lutas majestosas onde os golpes são finalizados, mas não com os punhos, mas sim com quadris raivosos e watts queimados como lenços no fogo. Esta luta é por um pedaço de pano - pela camisa Verde.

    Com o dia de descanso para trás, o pelotão embarca em 178km de competição no Estágio 10. É um estágio plano e curto - definitivamente para os sprinters - e com uma fuga faltando apenas 6.5km para a chegada, o sino foi soado. Macel Kittel conquista sua 4ª vitória do tour, e ao fazer isso, o alemão ultrapassa o recorde pessoal de Cipo, o Rei Leão, com 13 vitórias de estágio no Tour de France.

    “Eu sinto que vivo em uma pequena bolha em um mundo pequeno que não é real”, disse Kittel. Neste mundo alternativo podemos dizer que estas notícias são muito reais, e todos comemoramos conforme ele vestia a Camisa Verde e subia o zíper até seu queixo.

    O Sapo Cocas certa vez disse, “não é fácil ser verde”, mas Kittel com certeza discorda. Ele também ganhou descaradamente o Estágio 11 com um sprint aparentemente sem esforço, posteriormente comparando sua vitória com um jogo de Tetris - ele simplesmente conseguiu os espaços certos. Cinco vitórias em estágios em 11 dias, e ficamos pensando - a batalha pela Camisa Verde já acabou? O que a semana final trará para aqueles que amam o ataque brutal de um sprinter?

    Mas antes de chegarmos na semana final, o pelotão chega às montanhas. O estágio 12 promete Cols incríveis o dia todo, e os fãs podem apreciar subidas heróicas e disparadas exuberantes. Em uma descida, a camisa Maillot Jaune surpreendeu os fãs dando uma parada rápida em uma curva fechada para dar uma olhada aos que assistiam. Será que esta atitude custará caro mais tarde? O final se aproximava com uma parede que testaria a todos. Na reta final, os líderes lutavam caminho acima, e como o Sol nascendo no horizonte, a camisa Amarela surgia. Um francês, não mostrando nenhum sinal de cansaço, venceu, e hoje à noite, um novo homem vestia Amarelo. Mas o Tour ainda está vivo.

    O calendário marca o Dia da Bastilha, e os ciclistas saem dos Pirineus para algumas subidas de Categoria 1, finalizando com 25km de descida até a linha de chegada. Foi um dia de fugas, com vários ciclistas buscando a vitória ao longo do dia. No final, foi um francês que a obteve neste feriado francês e a Maillot Jaune ficou onde estava pela segunda noite seguida. Depois de finalizar corajosamente em 6º no estágio, a visão de Dan Martin (Quick-Step) sendo ajudado para descer de sua bike, com as mãos nas costas e o rosto aflito conforme voltava para o ônibus nos lembrou que ciclismo não é golf. Não há ajudantes aqui - cada um carrega seus próprios tacos.

    O estágio 14 vem e vai embora com mais uma subida que parecia uma parede. Com uma média de 10% para um pouco mais de 500 metros de ganhos, é esta parede que toma as decisões. Mas quando tudo se acaba, a Camisa Amarela se encontra, mais uma vez, em ombros familiares. A CG já acabou? Será que dessa vez ele vai pedalar até Paris? Ainda não acabou, e conforme entramos no Estágio 15, os fãs calculavam o horário e cruzavam os dedos esperando pelos fogos de artifício. A última coisa que alguém quer é a mesma história todos os anos. Acabou sendo um dia daquelas subidas destruidoras de pernas, culminando no tipo de vitória que amamos - um único ciclista, sem nenhum outro à vista. Não houveram mudanças na CG conforme entramos em mais um dia de descanso, e enquanto o pelotão relaxa com massagens e treinos leves, nós, os fãs, dormimos, sonhando com o que virá a seguir. Amarela, Verde, Polka ou Branca - ninguém abre mão de uma preciosa camisa do Tour de France sem uma boa briga.

    10 De Julho De 2017

    Tour de France: Onde as Águias se Aventuram

    Para um homem voar no Tour de France, ele tem que ser como uma águia. Ele deve ficar em pé no precipício e esticar suas asas, balançando suas penas e contraindo as presas para pular. Seu motor deve girar, e ao atingir o RPM máximo, ele deve lançar seu corpo em direção ao alvo. E com seu corpo envolto em Lycra sob à luz do Sol francês, ele deve mergulhar para arrancar a vitória do campo de batalha. Segunda semana do Tour - é o paraíso dos ornitólogos.

    A primeira águia vista foi no Estágio Seis, quando Marcel Kittel afiou suas garras usando suas melhores habilidades para pedalar até a vitória. Com seu corpo escondido na reta final, com apenas 75 metros restantes, ele saiu detrás de seu vácuo de segurança para fazer sua manobra vencedora. Caso encerrado.

    No Estágio Sete, Kittel venceu pela terceira vez, mas dessa vez foi uma disputa acirrada. Foi, novamente, com a assistência do vento, mas com um vento traseiro, fazendo com que o pelotão atingisse velocidades ainda maiores. Voando em direção à linha de chegada, dois ciclistas a cruzaram lado a lado - a multidão gritou, mãos foram levantadas, e os sprinters colapsaram em seus guidões, tentando recuperar o fôlego. Ninguém comemorou, porque ninguém sabia quem tinha vencido - você precisaria de olhos de águia para ver quem tinha chegado em primeiro e em segundo lugar. Felizmente a tecnologia substituiu nossos olhos falhos, e dentro de segundos o rosto de Kittel se transformou em pura celebração. Com sua 12ª vitória no Tour de France,  terceira nesta edição, a Camisa Verde era dele mais uma vez.

    Águias se comportam como tal, e nos estágios Oito e Nove, nossas águias sobre duas rodas subiram. O Estágio Oito constituiu em uma série de subidas, uma atrás da outra. Um francês prevaleceu, ousando chegar sozinho ao topo, lutando contra as câimbras na subida final para alcançar a vitória. A nação comemorou. Mas então o estágio Nove chegou, o estágio mais duro do Tour, e a frase “onde as águias se aventuram” realmente veio a calhar, no bom e no mau sentido.

    Os ciclistas são ousados e corajosos. Eles buscam e veem oportunidades e se levam ao limite. Mas com 45km de subidas no Estágio Nove, muitos apenas buscavam a sobrevivência. Os sprinters odeiam dias assim, e enquanto os competidores da CG lutavam na extremidade da corrida, estes ciclistas simplesmente cerravam os dentes, tomavam seus géis e sonhavam com uma coca-cola gelada no topo da subida. Depois de sobreviver ao Col de la Biche, foram prontamente chicoteados pela Grand Colombier até ficarem com a pele macia. A última subida do dia - a Mont du Chat - se mostrou como a subida mais íngreme, do dia e do Tour. Todos sentiram esta. Houveram ataques calculados e oportunistas, atos heróicos e fogos de artifício. A formação mudou bastante durante todo o dia, e parecia estável no final, mas na descida, com 23km restantes, tudo mudou.  Uma batida, um momento terrível para todos nós, com o coração na boca enquanto esperávamos por notícias. Alguns favoritos abandonaram, outros continuaram com corpos ensanguentados e faces contraídas, até que o vencedor, que também teve sua bike danificada, saltou para voar.

    E depois de todo o drama do Estágio Nove, com quedas que causaram abandono e um sofrimento geral que nós, fãs, testemunhamos, é hora de deixarmos os binóculos de lado por um tempo. Mas não coloque-os muito longe, porque é só por um dia de descanso. Precisaremos deles novamente para o Estágio 10, porque onde as águias se aventuram, nós as assistimos. E é algo maravilhoso de se ver.

    7 De Julho De 2017

    Tour de France: Os Cinco Furiosos

    O Tour. Ele ferve seu sangue. Você o sente esquentar logo abaixo da sua pele. Sua pele arrepia com a antecipação de uma possível vitória, a animação de uma fuga, ou a adrenalina de um ataque. E então há momentos onde seu sangue ferve de pura raiva enquanto você ergue os punhos aos céus. O tempo precioso da CG foi perdido; a Má Sorte assina seu nome em qualquer camisa que ver pela frente; as Fantasy Leagues estão desfeitas; tudo isso em apenas cinco dias furiosos. Esta foi a semana, pessoal. E agora acabou. Deixe para lá. Há muitas corridas pela frente.

    Mas não vá ainda, porque foi uma semana e tanto. No primeiro estágio, úmido como um pano de prato, os ciclistas fizeram imitações do Tom Cruise no filme Negócio Arriscado enquanto derrapavam pelas estradas de Düsseldorf. O que foi apropriado, porque a estratégia do Contra Relógio foi, de fato, um negócio arriscado. Você pedala forte e arrisca cair, ou pedala de forma conservadora e perde tempo na CG? As estradas escorregadias tinham a última palavra no percurso técnico e sinuoso, transformando alguns ciclistas em verdadeiros discos de hóquei humanos, além de estampar a palavra “ABANDONOU” em suas fichas. Mas é aqui que as peças são colocadas pela primeira vez no tabuleiro neste Tour de France, e depois deste estágio, o ciclista que vestiu a Camisa Amarela pela primeira vez abriu um sorriso tão brilhante como a própria camisa. Neste momento vemos como esta corrida pode ser tão gentil como é cruel.

    A dieta de um sprinter é repleta de carnes, e o Estágio Dois seria um banquete carnívoro para o primeiro que chegasse à mesa. Marcel Kittel (Quick-Step) sem dúvida alguma sentiu o peso de sua nação inteira enquanto se alinhava para o início em Dusseldorf, na Alemanha. Mas foi um fardo suave para ele, e na reta final em Liège, na Bélgica, ele pulou de roda em roda para chegar à frente e pisou em sua terra com muito entusiasmo. E todo esse esforço teve um belo resultado - e a visão do Kittel emocionado no final do estágio foi algo muito bonito de se ver. Foi o marco de sua 10ª vitória de estágio no Tour, e o fez vestir a Camisa Verde no segundo dia. Aqui vai uma curiosidade. Kittel atingiu uma velocidade máxima de 69.19 km/h no sprint, e se ele não estivesse usando um Evade, seus cachos louros teriam sido assoprados para trás como se estivessem em uma sessão no Win Tunnel aqui no QG.

    Encaroçado. Foi uma boa palavra para descrever o Estágio Três, e depois da saída neutra em Verviers, era hora de partir para as colinas. Duzentos quilômetros de subidas e descidas, culminando em uma subida final curta, mas técnica. E depois de todas as colinas, algo que realmente chamou a atenção de todos foi quando o atual Campeão Mundial retirou o pé do pedal durante o sprint. Conforme Sagan se preparava para sprintar, ele puxou seu pé para fora do pedal e o devolveu logo antes de atacar - nos mostrando aquela agilidade calma e habilidade que amamos - clipando novamente e voltando a se preparar. Usando puramente de sua força, ele reivindicou sua oitava vitória de estágio no Tour de France, e infelizmente (cuidado, contém spoilers) sua última, nesta edição.

    O que nos traz ao lindo elefante na sala. A partir deste ponto, o Estágio Quatro do Tour de France será lembrado por apenas uma coisa - não pelo ciclista que ganhou o sprint, mas por aqueles que não ganharam. Os quadros de avisos se iluminarão com os juízes e jurados, mas só há uma conclusão a ser feita. Não há certo ou errado. Não é um versus o outro. É simplesmente um soco na boca do estômago para qualquer fã de ciclismo. Nós chamamos de “elefante na sala” porque é desconfortável de ver, mas lembre-se disso: elefantes também são animais absolutamente incríveis e magníficos. Eles têm peles grossas e muita classe. Todos nós poderíamos ser um pouco mais parecidos com os elefantes. Ainda temos muitas corridas pela frente no Tour de France, algo que podemos ter esquecido no momento - algo que um elefante jamais faria.

    E com isso, finalmente estávamos nas montanhas para o primeiro de três finais em cumes no Tour deste ano. Foi um dia de fugas, incluindo uma corajosa feita pelo Philippe Gilbert, da Quick Step, enquanto ele tentava de distanciar do pelotão na subida final - a La Planche des Belles Filles. E enquanto a tradução disso seja “a placa das lindas garotas”, Gilbert resumiu a dificuldade dessa subida não tão agradável com o que se tornou a frase do dia: “Parecia muito mais fácil na TV”. Mas mesmo assim, foi lindo de se ver, mesmo quando ele foi alcançado. É incrível ver a expressão de um ciclista conforme ele ataca uma parede de 20%, ou a torção de um corpo conforme escala uma subida tão íngreme que arranca caretas até dos que estão assistindo do sofá de casa. Gilbert pode ter achado que parecia mais fácil na TV, mas todos nós sentimos seu esforço e dificuldade ao escalar a subida final e chegar ao topo da montanha.

    Cinco estágios já foram, ainda restam dezesseis. As emoções estão por todos os lados. Em um momento, animações; em outro, desapontamentos. Você pode chamar de uma montanha russa de emoções se quiser, mas na verdade, é apenas preço de ser um fã do Tour de France.

    29 De Maio De 2017

    Giro d’Italia: Maglia Louca

    Depois que a torcida e os gritos diminuem, tudo se resume a isto - o Giro d’Italia tem sua própria categoria quando se trata do bom e velho drama. Cada estágio nesta semana final vinha acompanhada  das gesticulações selvagens dos fãs italianos de ciclismo, carregadas de muita emoção.

    Uma dúvida tomou a todos quando a semana começou. Poderia alguém como Dumoulin -  cuja esperança estava em uma situação de vida ou morte durante o contra relógio do estágio final - segurar três competidores da CG e manter sua liderança, ou sua pontuação escorregaria montanha abaixo? Ao acordamos na manhã do estágio final, haviam somente duas camisas na balança - a Branca e a Rosa. Gaviria havia praticamente costurado a camisa Maglia Ciclamino em suas costas na semana passada, então esta já estava fora da jogada. Mas e a Branca e a Rosa? Elas representam dois terços de um belo sorvete Napolitano, e pode apostar que estávamos todos gritando por ele. Sonhamos com isto: uma corrida acirrada decidida no último dia, e a esperança de que um herói surgirá - a partir de um déficit de tempo, num selim nas montanhas, ou até mesmo na beira de uma estrada - para levar tudo.

    Uma roda ruim, uma refeição ruim, um acordo ruim - basta isto. A sorte diz que você pode perder o Giro d’Italia em um piscar de olhos, mas veja por outro lado, e você pode ganhar com a mesma facilidade. E é isto que nos dá esperança. Todas aquelas semanas de confete rosa e italianos berrando em suas varandas; todos aqueles segundos calculados, com mudanças na CG e noites em claro analisando as diferenças nos tempos - tudo isto pode desaparecer no último quilômetro do último estágio no último dia do Giro d’Italia, se um ciclista desafiar a sorte e ganhar tudo. Honestamente, 3,612 quilômetros nunca pareceram tão curtos.

    Dirão que o Giro 2017 será lembrado para sempre, e certamente será um Giro difícil de esquecer. Tínhamos o primeiro alemão vencedor da CG; a memória da Quick-Step indo à loucura pela corrida e reivindicando a classificação da equipe; Fernando Gaviria sprintando como um homem possuído durante seu primeiro Grand Tour; e não podemos esquecer de Bob Jungels aparecendo de fininho no último dia para reivindicar a Maglia Bianca, somando dois anos como melhor ciclista jovem. E aí que vem a controvérsia. Por mais que seja o suspense e o drama geral deste ano que ficarão marcados para sempre em nossas mentes, vemos um sedutor relance do está por vir quando nossas lendas partem. É isto que anima nosso espírito, e fica muito claro de um Giro para o outro, o fato de que a Itália nunca vai ter falta de ídolos.

    24 De Maio De 2017

    Giro d’Italia: Juventude Elétrica

    A segunda semana do Giro começou com um passa-passa da camisa Rosa. Ela saiu dos ombros daquele que já a segurava por dias, e caiu sobre os de alguém cujo objetivo é lutar por ela até o fim. É claro que ainda há outros que também estão famintos, e seus estômagos roncam diante da chance de saborear a vitória com ela. Mas depois do Estágio Nove, o gap de tempo é grande, e será um desafio encurtá-lo novamente. Ainda há tempo - a semana dois acabou de começar, e o Giro é sempre imprevisível. Quem sabe qual polêmica nos aguarda nos próximos dias? Estamos na Itália, e os estágios nas montanhas sempre vêm acompanhados de um pouco de loucura.

    Enquanto alguns ciclistas só estão pensando na CG, outros sabem de que lado do pão está a manteiga. Jogue o pão para o alto, e ele sempre cairá com o lado da “vitória de estágio” para cima. Esta semana são os mais jovens - um em particular - que são os oportunistas. Ousado e audacioso, Fernando Gaviria da Quick-Step atirou estas marcas de sua juventude em sua lareira e se lançou para uma vitória dramática no Estágio 12. Vinte e dois anos de idade e parece que ele coleciona pontos de sprints como selos postais. Será ele a Nova Esperança? Ele obviamente tem muita força - tanta que venceu o Estágio 13 no dia seguinte, somando quatro impressionantes vitórias em estágios. A partir de então ele começa a defender a Maglia Ciclamino até o final em Milão, e com as montanhas rasgando o horizonte e os bons sprints planos longe de vista, tudo parece estar decidido.

    Mas a semana ainda não acabou para a Quick-Step, e terminamos com Bob Jungels, com 24 anos de idade, decidindo que não era suficiente usar a Camisa Rosa por cinco dias - ele também gostaria de saber qual a sensação de ganhar um estágio. O Estágio 15 chega, e com um belo ataque até a linha de chegada ele reivindica sua primeira vitória de sprint e de estágio no Giro - algo não feito por um luxemburguês desde 1956. A semana termina com subidas no pódio e chuvas de champanhe, e a exuberância da juventude tomando conta do Giro. E agora? As montanhas estão chamando, e a experiência ainda pode acabar dominando o dia.

    15 De Maio De 2017

    Giro d'Italia: Passe a Rosa

    Como um jogo improvisado de batata quente, a Maglia Rosa é passada de ciclista a ciclista durante os primeiros quatro dias do Giro d’Italia. Isto não é incomum - mas com três destes ciclistas sendo da Quick-Step Floors e Bora-Hansgrohe, estava começando a parecer que dois times patrocinados pela Specialized estavam trocando a camisa. Até que Jungels decidiu que ele gostava muito da batata quente em suas mãos.

    A primeira semana de qualquer Grand Tour é uma loucura. Os ciclistas lentamente se ajeitando, acalmando os nervos a cada dia e evitando aquelas batidas bestas do Giro. Um passo em falso pode acabar com tudo - mas a primeira semana também é a chance de agarrar as primeiras vitórias e fazer o seu nome. O ciclistas estão tão animados como os espectadores de um show, com o fascínio pelo rosa diante deles como uma placa de neon em Las Vegas. “Quem quer me vestir?” Provoca a camisa. “Você acha que consegue me segurar?”

    Durante a primeira semana, ela pode ser de qualquer um.

    Chega o primeiro dia e BUM! Lukas Pöstlberger (Bora-Hansgrohe) surpreende a todos ao roubar a Camisa Rosa e vesti-la primeiro. Vinte e cinco anos de idade com um sorriso vitorioso que mal cabia na foto. Esta alegria desenfreada, este momento de brilhantismo inesperado - é disso que o Giro se trata. E mesmo que ele tenha perdido a camisa no dia seguinte, tem algo que ninguém poderá tirar dele - ele sempre será o primeiro a vestir rosa no Giro 2017.

    No Estágio Três, Gaviria (Quick-Step) apareceu na hora certa para cruzar a linha mostrando pura potência, conquistando não só a vitória, mas também a Camisa Rosa para si. Ele ganhará outro estágio dois dias depois, mas este será o único dia que ele vestirá Rosa. Isto porque aí vem Bob Jungels. Jungels agarrou a camisa rosa no Estágio Quatro e a protegeu com toda sua força até o Estágio Nove.

    Mas nós partimos para a segunda semana. O que nos aguarda - mais uma rodada de batata quente ou um longo período de rosa para alguém disposto a esmagar a todos? Estamos tão animados quanto você para descobrir.

    14 De Maio De 2017

    Tour da Califórnia Feminino

    Ele começa em um dia cliché no Lake Tahoe, com o Sol queimando no céu azul, o lago brilhando no estilo californiano de “olhe para mim”, e com a neve esparramada nos cumes das montanhas como um cobertor. As ciclistas do pelotão do Tour da Califórnia se ajuntam na área de registro, esperando serem chamadas para assinarem o quadro. Logo depois, estarão se alinhando para o início, e um pouquinho mais tarde irão começar. Uma volta no Lake Tahoe. 117 quilômetros. Elas não terão tempo de admirar a água, observar os cumes cobertos pela neve ou parar para tirar uma selfie na frente de uma paisagem que parece ter saído diretamente do Photoshop. Elas estarão ocupadas demais atacando, lutando pelas rodas e pelo fôlego no meio do ar montanhoso.

    É, sem dúvidas, uma volta quente. Os ataques vêm velozes e furiosos, mas o grupo se mantém firme. Perto do fim, a estrada se eleva e uma ciclista ataca, e então mais uma. Oportunistas saltam para tentam quebrar o grupo como uma noz californiana, antes que duas ciclistas da Boels-Dolmans, Anna van der Breggan e Megan Guarnier chegam à frente em uma tentativa de acabar com o sofrimento. Na última curva, na subida para o final, a tricampeã de Campeonatos Nacionais ultrapassa a Campeã Olímpica e conquista a vitória. Um estágio já foi. Ela suspira aliviada, descendo do pódio revestida de sua vitória e da Camisa Amarela.

    O Segundo Dia não recebeu o memorando a respeito dos dias cliché de verão, derrubando as temperaturas e trazendo muito vento. Os espectadores vestiam suas jaquetas e gorros, se agitando na frente de fogueiras invisíveis, protegendo uns aos outros do vento, esquentando suas mãos em copos de café. Quando as ciclistas apareceram para o registro, muitos estavam embrulhados como burritos e só tirariam os agasalhos momentos antes do início. Quando o dia terminou, muitas horas depois, o Sol já brilhava com força e Megan teve de abrir mão da Camisa Amarela. Mas a campeã Olímpica Anna van de Breggan está perseguindo com força o título na CG, com apenas três segundos da liderança. Naquela tarde, o pelotão levou sua caravana centenas de metros colina abaixo para temperaturas mais quentes, onde os espectadores aguardavam o Estágio Três de shorts e protetor solar.

    Três segundos. É só isso que separa Anna e a camisa Amarela, e no terceiro dia, a equipe Boels-Dolmans dá tudo de si em uma pista praticamente plana. Em um sprint intermediário, elas fizeram a preparação e Anna fez o resto. Apesar de não ser conhecida por seus sprints, ela atacou com força e chegou um segundo atrás da liderança. Uma coisa é certa - o último estágio vai ser acirrado.

    Só é preciso um segundo para ganhar um segundo. No Estágio Quatro, Anna van der Bregann agarra as rodas de suas companheiras. Agora, todas trabalham exclusivamente para Anna. Dois segundos - é tudo o que ela precisa para ultrapassar a líder - e embora ela não vença o sprint, é o suficiente. O segundo lugar a colocou um segundo na frente. Mais tarde, enquanto ela veste a Camisa Amarela no topo do pódio, tendo conquistado o geral do Tour da Califórnia Feminino 2017, fica muito claro que cada segundo conta - tanto no  relógio como na sua posição em uma bike de corrida.

    23 De Abril De 2017

    Liège-Bastogne-Liège

    Ao passo que a vitória de Anna van der Breggan acabou sendo a sobremesa- um doce final para os Clássicos de Ardennes - a Liège-Bastogne-Liège provou que, para a Boels-Dolmans, a semana acabou sendo uma coreografia de dança. Pódio 1-2, 1-2, 1-2. Anna van de Breggan e Lizzie Deignan - no final, pareciam que as duas só queriam saber de dançar uma com a outra.

    A Liège-Bastogne-Liège começou como a maioria dos bailes de escola - um monte de gente, timidamente observando uns aos outros imaginando quem vai se mexer primeiro. Mas todos sabem que alguém tem que dar o primeiro passo, então não demorou até que o ritmo acelerou. A cada subida surgia outra manobra, outro passo de dança, mas logo todos eram absorvidos de volta ao grupo. A banda - uma forte equipe da Boels-Dolmans - composta por Christine Majerus, Megan Guarnier, e Karol-Ann Canuel manteve o ritmo acelerado. Era uma batida que nem todos conseguiam acompanhar.

    Quando um grupo de cinco chegaram à frente, Van der Breggan e Deignan sapatearam pacientemente de acordo com o novo passo. Logo depois foi a hora de “Então você acha que sabe dançar” para o grupo - agora eram quatro - e com uma olhada de Van der Breggan e um pequeno aceno de Deignan, a Campeã Olímpica partiu para cima. Anna simplesmente acelerou com tudo o que tinha e surgiu na dianteira com um ritmo suave e carregado de potência. A partir daí foi uma dança puramente interpretativa até o final, quatro quilômetros depois.

    A vitória de Anna van der Breggan na Amstel Gold, Flèche Wallone e Liège-Bastogne-Liège foi mais do que um truque de cartola de uma ciclista. Curiosidade: nenhuma equipe conseguiu colocar dois ciclistas no pódio em todas as corridas da Ardennes em 1º e 2º todas as corridas. E estamos falando apenas das equipes masculinas, porque até esta semana, o pelotão feminino profissional nunca havia competido nas três corridas Ardennes. O que nos mostra que, embora todos amamos uma valsa lenta, não há nada melhor do que o momento em que todos são convidados para a pista de dança para exibir seus passos.

    21 De Abril De 2017

    Semana da Clássicas de Ardennes

    Amstel Gold, Flèche Wallone e Liège-Bastogne-Liège - uma verdadeira refeição de três pratos, onde cada um é uma corrida de um dia só, compondo o cardápio das Clássicas de Ardennes. Este ano, pela primeira vez, as mulheres do pelotão profissional poderão sentar à mesa, arrumando seus guardanapos na frente de suas camisas, jantando como Rainhas das três corridas. E com os dois primeiros pratos fora do caminho, restando apenas a sobremesa da Liège-Bastogne-Liège para ser servida, podemos ver que Anna van der Breggen da Boels-Dolman ainda está com muito apetite.

    Primeiro veio a Amstel Gold. Enquanto o nome sugere uma cerveja de aperitivo, a corrida se parece mais com um caviar: rica, intensa e encaroçada, com 17 subidas para dar aquele “gostinho” acentuado. A campeã Olímipica, Anna van Breggen tinha apenas 12 anos de idade quando as mulheres competiram nesta corrida em 2003, e no domingo, ela escapou de um grupo de seis - incluindo sua parceira Lizzie Deignan, que chegou em segundo - para alcançar a vitória. Uma vencedora holandesa em uma equipe holandesa em uma corrida holandesa? Hummm, tão delicioso quando um stroopwafel quente e fresco.

    O segundo prato, La Flèche Wallonne Feminine, chegou alguns dias depois. Como um prato favorito, os sabores eram conhecidos de Van de Breggen - tinham o gosto da vitória. Atacando praticamente de forma idêntica ao ano passado, Anna se lançou entre as duas últimas subidas, se encontrando sozinha para a última subida no Mur de Huy, ganhando por 16 segundos. A segunda vitória na Ardennes para a campeã Olímpica, mas ainda mais impressionante, foi o terceiro ano seguido que Anna van de Breggen venceu esta corrida. Com mais vitórias do que qualquer outra mulher nesta corrida, ela é uma verdadeira “Rainha do Mur”.

    Agora, só resta a sobremesa - Liege-Bastogne-Liege. Nenhuma mulher sabe o sabor desta corrida, já que ela nunca esteve no calendário do World Tour Feminino antes. E enquanto sabemos que a vitória será doce para qum acabar no degrau mais alto do pódio, estamos ansiosos para ver que está com mais fome.

    9 De Abril De 2017

    Paris-Roubaix

    Nunca é fácil dizer adeus, mas ver Toom Boonen no domingo perder de vista seu sonho de vencer a Paris-Roubaix pela quinta vez trouxe um nó na garganta. Enquanto os quilômetros eram percorridos, um pensamento único tomou conta dos fãs do poderoso Bélgico: É a última vez. É a última vez que veremos ele passar pela Trincheira de Arenberg. É a última vez que veremos Tommeke deslizando pelos paralelepípedos com uma velocidade que nos deixa sem fôlego, suas pernas se movendo como líquido, e com sua posição familiar no selim. Conforme entrava no velódromo pela última vez - o sprint da vitória foi decidido menos de 20 segundos antes dele chegar - nos perguntamos se ele estava pensando o mesmo que nós. Que este será o último sprint de sua carreira.

    Mas no meio de toda a tristeza - com a negação do final de nosso conto de fadas - não podemos deixar de sorrir. Que carreira. Que presente recebemos. Toom Boonen nos proporcionou 15 anos de corridas inesquecíveis. Seu estilo sem esforços, suas numerosas vitórias e batalhas épicas na estrada, sua liderança e graça - não podemos deixar de levantar e declalar, “Oh, Capitão, meu Capitão”.

    2 De Abril De 2017

    Ronde van Vlaanderen

    Nas pedras de Kwaremont, Philippe Gilbert se desprende dos tentáculos do grupo. A manobra é arriscada - um pouco mais de cinquenta quilômetros restantes e muitas chances de ser sugado de volta para dentro do faminto pelotão. Ele aparece e as pessoas torcem, tanto nas laterais como em seus sofás. Todos prendemos a respiração enquanto assistimos este homem, de cabeça baixa e a todo vapor, voar em direção ao final. Ele está implacável, ele está desesperado, ele está voando.

    E ele consegue. A perseguição frenética está a completos 29 segundos atrás quando Gilbert cruza a linha de chegada, casualmente desce de sua bike e a ergue como se estivesse removendo uma espada dos paralelepípedos que acabara de conquistar. Assistimos enquanto ele anda pela linha de chegada, com um largo sorriso por conta do que acabou de fazer. É incrível. Apostando todas as fichas, ele levou o grande prêmio. Philippe Gilbert acabou de ser tornar o novo herói dos Flanders.

    18 De Março De 2017

    Milan-San Remo

    Como um suéter que se desfaz, a Milan-San Remo começa com um puxão casual conforme o pelotão sai de Milão. O suéter mantém uma forma reconhecível por algum tempo, enquanto fileiras e fileiras de fazendas italianas são metodicamente arrancadas. Conforme pedalam em direção ao túnel no topo do Passo del Turchino, estas planícies de Lombardia são tão monótonas que são raramente transmitidas. Mas uma vez que o pelotão passa da Turchino e desce para a costa, todos sabem que os fios deste suéter estão prestes a serem agarrados com firmeza, prontos para serem puxados. Enquanto os helicópteros pairam sobre a costa, nós fãs somos hipnotizados pelos quilômetros do mar que são deixados para trás pela corrida. Uma fuga de 10 ciclistas é mantida pelo tempo que conseguem, mas é apenas uma questão de tempo - nunca duram mais do que cinco minutos. De volta ao pelotão, os sprinters estão se preparando para uma coisa só: sobreviver à Cipressa e Poggio.

    Com um sopro de aceleração na Cipressa, os ciclistas são assoprados como um dente-de-leão em um forte briza do Mediterrâneo. Então o suéter começa a se desfiar completamente. Em nossos sofás, banquetas e camas, nossos corações começaram a subir em nossas gargantas.

    Sagan atacou na Poggio com tanta violência, deixando uma declaração para os que estavam atrás : “Saboreie o arco-íris.” Arco-íris tem gosto de ácido lático. Dois homens sobrevivem ao ataque e se juntam a ele na dianteira. Ao passo que seus corações estão certamente batendo em suas pálpebras, nossos estão firmemente presos dentro de nossas bocas. Depois de negociarem com as curvas fechadas na descidas, eles saem da Poggio como um só ciclista. O frenesi é palpável. Eles não serão alcançados. Este pódio será nosso.

    O sprint para corações. Um final como este - com três ciclistas de elite em uma batalha real pela linha de chegada - é tudo o que sempre sonhamos ao imaginar um belo suéter italiano sendo destruído. É uma linda obliteração. Conforme eles avançam com seus corpos e bikes em direção à linha de chegada em Roma, fica claro que estão dando tudo de si. Não há mais potência para sair daquelas pernas. Não há mais ar naqueles pulmões. Nossas esperanças estavam no Sagan e Alaphilippe, e não ficamos nem um pouco desapontados. Um final assim? É disso que os sonhos de ciclismo são feitos.

    6 De Março De 2017

    Strade Bianche

    Em sua curta história de 10 anos, a Strade Bianche se consolidou como uma das corridas de um dia mais ilustres e pitorescas no calendário do World Tour. Desde o cascalho branco até seu final na localização medieval da UNESCO World Heritage em Siena, o Granfondo tem tudo o que você poderia pedir em um monumento de ciclismo. E este ano, os céus se abriram para dar à Toscana um relance das corridas ao norte que estão por vir. É claro que estamos torcendo por nossos protagonistas, Zdeněk Štybar and Peter Sagan. Štybar por pouco perdeu a chance de subir no degrau mais alto do pódio, mas a pura beleza de seu desempenho foi suficiente para acender o fogo de nossas paixões. Para falar de forma simples, foi um lindo dia de corridas de bike.

    3 De Janeiro De 2017

    Um Chamado a Todos os Fãs de Corrida

    Se precisássemos definir o ano de 2016 em uma palavra, seria “transição”.  Vimos velhos amigos seguirem em direções diferentes, coroas se tornarem mais pesadas, legados chegarem a página final de suas histórias e o amanhecer de novas eras.  E enquanto seria fácil de permanecer no passado, o tempo não espera por ninguém, então nós não devemos esperar, também.  Veja um relance dos acampamentos das equipes Quick-Step–Floors, Boels-Dolmans e Bora-Hansgrohe e testemunhe o que está por vir em 2017.